É brutal...
Um estudo recente, publicado no boletim da Sociedade Portuguesa de Biofísica, evidenciou que o Pai Natal desrespeita as mais elementares leis da física e da natureza. Uma série de ocorrências normalmente associadas à pessoa do Pai Natal levantam fortes dúvidas quando à veracidade científica.
1. O funcionamento intestinal das renas
Não é conhecido no trenó nenhum dispositivo para armazenar os excrementos das renas. Seria por isso natural, tendo em conta o funcionamento do aparelho digestivo dos respectivos animais, que na noite de 24 para 25 de Dezembro, o mundo fosse pulverizado por uma fina camada de excrementos. Tal ocorrência não foi detectada com os instrumentos disponíveis actualmente. Foi encontrada alguma massa excrementosa com uma forma achatada, sugerindo que pudesse ter sido projectada do ar. Mas uma observação mais atenta revelou tratar-se de um vulgar cocó de canídeo, que sofrera uma pisadela.
2. A cena do trenó voar
A tecnologia que permite a um veículo com as características do trenó do Pai Natal voar, juntamente com uma cambada de renas, é de existência questionável. A hipótese de que uma construção em grades em aço (e com herbívoros agarrados) plane como uma asa delta é altamente duvidosa. Seria necessário que possuísse uma estrutura alada para fornecer sustentação e tivesse uma relação peso-volume consideravelmente diferente da de uma grelha para assar sardinhas. O trenó do Pai Natal não se encaixa seguramente nesta descrição. No entanto, há aparelhos voadores que, embora consideravelmente pesados, possuem meios para deslocar uma grande quantidade de ar e obter sustentação. Mas também não parece credível que as renas a dar às patas desloquem uma quantidade de ar comparável ao que faz um helicóptero.
3. A massa e o volume dos presentes
O Pai Natal sai do Polo Norte e vai distribuir os presentes às crianças. Não é conhecido que volte ao frio glaciar fazer recargas de presentes. Portanto, supõe-se, que transporta os presentes para todas as crianças do mundo naquele saco que leva atrás das costas. Assim, terá que ser válido um destes pressupostos: 1) Há no mundo, no máximo, 38 crianças que se portaram bem, ou 2) Há uns quantos milhões de miúdos e o Pai Natal leva um ácaro para cada.
4. O tempo da viagem
Mesmo quando com o facto de haver vários fusos horários, e a noite de Natal ser assíncrona numas quantas horas ao longo do mundo, o Pai natal teria apenas cerca de 30 horas para distribuir os presentes. Isto, considerando que podia começar bem cedo, à meia-noite da Nova Zelândia (GMT +12), e acabar às 7 da manhã locais em Samoa (GMT -11). O raio da terra é de cerca de 6378 km, logo o perímetro equatorial será à volta de 40.000 km. Suponhamos que o Pai Natal tem de percorrer o equivalente a cerca de 10 voltas ao equador. Teria de fazer 400.000 km em 30 horas, o que significa viajar a uma velocidade média de 13.000 km/h. Ou seja, 222 quilómetros em cada segundo. Não admira que ninguém o veja!
5. As chaminés e a obesidade do Pai Natal
O Pai Natal deixa os presentes debaixo das torres de arrefecimento dos reactores das centrais nucleares ou nas lareiras das casas das pessoas normais? Pronto. Ficamos por aqui, quanto a isto.
Texto de David Marçal in 'OInimigoPúblico', página 08 de 19 de Dezembro
sexta-feira, 19 de dezembro de 2003
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